terça-feira, 22 de julho de 2008

Dicas para viver melhor !


Elogie em público e critique em particular.Ore pedindo sabedoria, compreensão e amor, nunca coisas materiais.Tenha sempre um aperto de mão firme.Olhe, delicadamente, as pessoas nos olhos.Peça desculpa sempre que magoar alguém.Gaste menos do que ganha.Perdoe as pessoas que um dia te feriram o coração.Troque 2h de TV por 30 minutos de leitura.Seja caloroso, abrace as pessoas que você gosta.Faça novos amigos e valorize suas antigas amizades.Saiba guardar segredos, seus e dos outros.Nunca negue um pedido de desculpas.Faça seu programa favorito uma vez por semana.Cuide de sua aparência para que goste do que vê no espelho.Seja reservado, não torne pública sua vida pessoal.Celebre a vida, não reclame da saúde e nem do trabalho.Saiba ouvir, não interrompa as pessoas quando estiverem falando.Releve palavras ásperas que te disserem.Aprenda inglês e navegar na internet.Seja humilde, saiba pedir ajuda.Beije a sua mãe e diga que a ama.Surpreenda os que você ama com presentes inesperados.Responda aos e-mails, aos telefonemas e telegramas que receber.Aceite sempre uma mão estendida.Reconheça seus erros e suas limitações.Diga "Obrigado" sempre que alguém te ajudar de alguma maneira.Pague suas contas em dia.Saiba dizer "não".Dê as pessoas uma segunda chance.Envie uma mensagem de Otimismo para alguém...Ame e respeite todas as coisas vivas.Não tome nenhuma decisão quando estiver cansado, ou nervoso.Diga "Eu te amo" sempre que sentir vontade.Goste do que faz e faça o que gosta.Jamais prive uma pessoa de ter esperanças e sonhos, pode ser que ela só tenha isto.Leia a Bíblia e fale com Deus todos os dias.

sábado, 19 de julho de 2008

Eu sei , mas não devia...



Eu sei que a gente se acostuma, mas não deveria.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a ascender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque já está na hora.. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos, e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento alí, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.


A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.